Astolfo Barroso Pinto, conhecido como Rogéria, nasceu em Cantagalo, Rio de Janeiro, em 25 de maio de 1943. Rogéria foi uma artista multifacetada, destacando-se como atriz, cantora, maquiadora e transformista. Sua trajetória artística e pessoal a tornou uma figura icônica na representação de artistas LGBTQ+ no Brasil.
Desde jovem, Rogéria tinha consciência de sua orientação sexual e, em busca de aceitação e liberdade, saiu de sua casa conservadora e tradicional ainda na adolescência. Sua carreira artística começou no auditório da Rádio Nacional como jurada nos programas de Emilinha Borba. Em seguida, trabalhou como maquiadora na TV Rio, onde teve contato com diversas celebridades.
Em 1964, Rogéria ganhou destaque ao vencer um concurso de fantasias no Carnaval. Inicialmente batizada de "Astolfo" e depois "Rogério", o público aclamou "Rogéria", nome que adotou como seu nome artístico. Sua estreia nos palcos ocorreu em 29 de maio de 1964, na Galeria Alaska em Copacabana, um notório reduto gay da época.
Após essa estreia, Rogéria se tornou uma figura frequente no cinema brasileiro e em programas de auditório, atuando como jurada em shows de figuras como Chacrinha, Gilberto Barros e Luciano Huck. Ela morou por cinco anos em Paris, onde aprimorou suas habilidades em canto e idiomas, apresentando diversos shows.
Na televisão, Rogéria teve participações marcantes em programas como "Cassino do Chacrinha", "Tieta", "Zorra Total", "A Grande Família", "Paraíso Tropical" e "Malhação". No cinema, destacou-se em filmes como "O Sexualista", "Gugu, o Bom de Cama" e "Copacabana".
Além de sua carreira na televisão e no cinema, também foi coreógrafa da comissão de frente da Escola de Samba São Clemente. Em 1979, recebeu o Troféu Mambembe pelo espetáculo ao lado de Grande Otelo. Nos palcos, atuou em espetáculos como "Alta Rotatividade" e "7, O Musical".
Em 2016, Rogéria lançou sua biografia "Rogéria – Uma mulher e mais um pouco", escrita por Marcio Paschoal, documentando sua vida e carreira.
Infelizmente, em 13 de julho de 2017, Rogéria foi internada devido a uma infecção generalizada e veio a falecer em 4 de setembro de 2017, aos 74 anos, após uma crise convulsiva seguida de um choque séptico.
Após sua morte, foi lançado o documentário "Rogéria – Senhor Astolfo Barroso Pinto", dirigido por Pedro Gui. O filme, que recebeu reconhecimento em festivais, narra a vida de Rogéria e inclui depoimentos de colegas, amigos e familiares, além de dramatizações de sua vida.
Rogéria permanece uma figura lendária na história cultural brasileira, sendo uma inspiração para muitos na comunidade LGBTQ+ e além, graças ao seu talento, coragem e pioneirismo.
Foto: Divulgação
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