Majur, uma mulher trans indígena da etnia Boe Bororo, é uma figura inspiradora de resiliência e liderança.
Nascida em 2 de agosto de 2000 na aldeia Apido Paru, no Mato Grosso, sua vida sofreu uma transformação significativa em 2017, quando ela compreendeu sua identidade como mulher trans.
Em 2018, assumiu um papel notável como cacique de sua aldeia, um marco histórico que a coloca como uma das primeiras mulheres trans a ocupar tal posição em uma comunidade indígena.
O caminho de Majur não foi isento de desafios. Embora respeitada, ela enfrenta olhares incômodos e a dificuldade de discutir abertamente questões de diversidade sexual dentro de sua comunidade. A falta de espaço para diálogos sobre famílias homoafetivas indígenas é uma realidade dolorosa para ela, refletindo as limitações e preconceitos ainda presentes em muitas comunidades indígenas.
Paralelamente à sua liderança comunitária, Majur tem uma carreira artística como modelo e atriz. Ela participou de campanhas e desfiles de moda, e sua atuação no filme "Majur" em 2023, que narra sua própria história, foi aclamada pela crítica e pelo público. Este papel lhe rendeu diversos prêmios, solidificando seu status como uma artista talentosa e influente.
Além do mundo das artes, é uma ativista incansável pelos direitos das pessoas trans e indígenas. Ela utiliza sua voz e visibilidade para combater a violência e a discriminação que afetam essas comunidades, além de defender a educação e a cultura indígenas.
Sua trajetória é um poderoso exemplo de luta pela igualdade e pelos direitos humanos, inspirando muitos dentro e fora das comunidades indígenas.
Foto: Jefferson de Almeida
Comments