Nascida em 9 de dezembro de 1992 em Franco da Rocha, São Paulo, Erika Santos Silva cresceu em um ambiente familiar matriarcal na periferia de Francisco Morato e, posteriormente, em Itu.
Sua infância e adolescência foram desafiadoras, especialmente após ser forçada a viver com tios evangélicos que não aceitavam sua expressão de gênero, levando-a a sofrer violência e rejeição.
Aos 15 anos, Erika foi expulsa de casa e se viu obrigada a sobreviver nas ruas, recorrendo à prostituição. Essa fase dolorosa de sua vida lhe deu uma compreensão profunda das dificuldades enfrentadas pelas comunidades marginalizadas, em especial a comunidade LGBTQIA+. Após seis anos, sua mãe a resgatou, permitindo que Erika retomasse sua educação.
Erika ingressou na Universidade Federal de São Carlos, mas não concluiu os cursos de pedagogia e gerontologia. No entanto, foi na universidade que ela iniciou sua atuação no movimento estudantil, pavimentando o caminho para sua futura carreira política. Sua luta pelos direitos trans começou em 2015, após uma disputa com uma empresa de ônibus em Itu sobre a emissão de uma passagem com seu nome social. Seu sucesso neste caso a impulsionou como uma defensora reconhecida dos direitos trans.
Em 2016, tentou se eleger vereadora em Itu pelo PSOL, mas não obteve sucesso. No entanto, sua persistência a levou a integrar a Bancada Ativista, um mandato coletivo para a Assembleia Legislativa de São Paulo em 2018.
Este passo foi fundamental em sua carreira, funcionando como uma plataforma para sua eleição em 2020 como vereadora em São Paulo, tornando-se a primeira mulher trans e a vereadora mais votada na história do país.
No mandato como vereadora, Erika focou em questões de direitos humanos, combate à fome, defesa da saúde pública, e políticas para a população LGBTQIA+. Ela foi uma figura central em importantes iniciativas legislativas e debates, incluindo a luta contra a discriminação e a violência. Sua lei, a PNTC Pop Rua, é um marco na luta pelos direitos das pessoas em situação de rua, enfatizando a importância da qualificação profissional e da educação.
Erika Hilton é uma figura política que vai além de sua identidade como mulher trans e negra; ela é um ícone de resistência e um exemplo de como o ativismo e a política podem ser usados para lutar por um mundo mais justo e inclusivo.
Sua história é uma fonte de inspiração e mostra o impacto que uma pessoa pode ter ao transformar adversidades pessoais em uma plataforma para mudança social e política
Foto: Isabelle raújo/Divulgação / Elas no Tapete Vermelho
Comments