Nascida em 15 de junho de 2002 em Recife, Pernambuco, e criada em Jaboatão dos Guararapes, Artia é uma travesti preta que se destaca em diversas formas de arte. Sua jornada é marcada por uma vivência rica e diversificada, abraçando sua identidade com orgulho e utilizando sua voz e talento para promover a visibilidade e compreensão das realidades trans.
Desde a infância, Artia foi imersa no universo artístico graças ao projeto social Criança Esperança Jaboatão, que lhe proporcionou um primeiro contato com as artes e diversas possibilidades de expressão. Essa experiência inicial plantou as sementes para sua futura carreira multifacetada como atriz, bailarina, performer, modelo e acadêmica.
Em 2021, Artia iniciou sua graduação em Licenciatura em Dança pela Universidade Federal de Pernambuco, consolidando sua formação acadêmica na área que tanto ama. Seu talento e dedicação a levaram a integrar o balé da rapper pernambucana Bione em 2022, um marco importante em sua carreira artística. Além disso, manteve estudos continuados em teatro com uma bolsa de estudo no Espaço Cênicas.
Sua trajetória artística ganhou um novo capítulo com o desenvolvimento de "CARCARÁ", seu primeiro trabalho autoral solo. Esse projeto a levou a ser selecionada para a mostra de artes do corpo da 13ª Bienal da UNE, realizada no início de 2023 no Rio de Janeiro. No mesmo ano, Artia reforçou sua vocação como arte educadora, atuando como professora de Ballet Clássico no Criativo Espaços de Arte e de Teatro na Escola Municipal Alice Vilar de Aquino.
Entre 2023 e 2024, Artia embarcou em um ambicioso projeto intitulado "MEMÓRIA - TRANSgressões Históricas", financiado pela BICC - Bolsa de Incentivo à Criatividade Cultural da UFPE. Nesse projeto, ela produziu e dirigiu um documentário poético e uma performance intitulada "ẹjẹ ará okàn", que estreou no Dia Internacional da Visibilidade Trans, em 29 de janeiro. Este trabalho, idealizado e construído por uma equipe inteiramente composta por pessoas trans, destaca o compromisso de Artia com a promoção da visibilidade trans e o empoderamento de sua comunidade.
Além de seu trabalho artístico e educacional, Artia é uma praticante dedicada do Candomblé, uma fé que permeia sua vida e obra, oferecendo-lhe força e inspiração. Seu percurso é uma inspiração para muitos, evidenciando a importância da arte como forma de expressão, resistência e transformação social. Adupé, axé!
Foto: Arquivo pessoal
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